21 de junho de 2013

Serviços na Internet no Brasil

Serviços prestados via internet no Brasil ainda deixam muito a desejar. São inúmeras as áreas, para não dizer em quase todas, onde o internauta encontrará um site destinado a lhe ajudar em alguma coisa. Algo é comum a todos eles e nos afeta em todos os setores de nossas vidas: falta de interação. Muitos se destacam em termos de informações e chegam a ser bastante interessantes. Alguns sites sobre a área médica, principalmente, aqueles que fornecem informações sobre o dia-a-dia de tudo que se refere à saúde são satisfatórios e surpreendem, como, por exemplo, o http://www.sitemedico.com.br.

É um dos melhores.

Outro muito bom é o que trata de remédios. Útil até para os médicos. http://www.consultaremedios.com.br

Basta digitar o nome do remédio desejado no site acima, e você terá também os genéricos e os similares de todas as marcas, com os respectivos preços em todo o Território Nacional.

Outro site que vale a pena uma visita, principalmente se você é um contumaz viajante de automóvel é o http://www.mapeia.com

Ao clicar nele, aparecerão alguns campos para serem preenchidos antes de se obter as informações. Preenchendo somente os locais de origem e destino, teremos, por exemplo, o valor total do pedágio no trecho estipulado, e ainda podemos ver no mapa quantos pedágios são. Estão disponíveis também outros tipos de dicas e cálculos para a sua viagem.

Não sei e nem imagino como sobrevivem e como são produzidos e por quem já que não existe, em muitos deles, nenhuma indicação de quem fez, onde foi elaborado e como é alimentado. Chega a despertar imensa curiosidade este tipo de coisa na Internet. É um investimento financeiro e uma dedicação considerável a produção e postagem desses sites. O certo é que eles estão aí e cumprem uma valiosa missão de informação para todos nós leigos. Mas em se tratando de Internet, aliás, como tudo na vida, deve-se manter os olhos bem abertos. Todo cuidado é pouco.

Neste site www.lojadebandidosqueatuamnainternet.com.br

você toma conhecimento de uma extensa lista de falcatruas on line com o modus operandi de dezenas de bandidos virtuais, inclusive a relação das lojas que estão na Internet relacionadas a golpes: os preços são altamente competitivos, exigem depósito antecipado e pedem de 15 a 20 dias para entregar a mercadoria. Tempo suficiente para aplicar o golpe e lesar milhares de pessoas. Mas lá também ensinam a realizar compras na Internet com total segurança. Só falta explicar que você não deve aceitar preços de compra com a chamada garantia estendida. È uma ardilosa cilada para uma venda casada de garantia por mais tempo do que aquela que a fábrica lhe oferece de graça.

Esse mundo virtual é vasto, sem limites. Trato aqui de exemplos que recolhi na Rede. O Governo do Estado do Rio de Janeiro, aqui no Brasil, tinha um serviço virtual exemplar na área de segurança publica. Foi pioneiro. Se o cidadão fosse assaltado ou roubado, vítima de pequenos furtos, bastava entrar on line na Delegacia Virtual e registar o crime. Na semana de 26 de abril, o tabloide Zona Sul, encarte do jornal O Globo publicado no dia 25 de abril de 2013, na página 7, trouxe um rosário de queixas na área de segurança que afeta o bairro do Leblon, um dos melhores da cidade. Assinada pela presidente da Associação de Moradores, senhora Evelyn Rozenweig, a carta aberta faz um relato surpreendente sobre o fato:

-o site da Delegacia de Dedicação Integral ao Cidadão (DEDIC) não está mais funcionando. Os registros ( de crimes) que antes podiam ser feitos pela Internet em cinco minutos, agora só podem ser realizados pessoalmente e é desnecessário detalhar aqui o quanto alguém demora numa delegacia para fazer um simples boletim de ocorrência.

Ela conclui dizendo não saber a quem possa interessar a camuflagem dos números já que as ocorrências policiais no Leblon aumentaram assustadoramente. Não é necessário ser vidente para concluir a quem interessa. Políticos e governos adoram a Internet para colocarem seus pontos de vista e alardearem seus feitos. Mas a odeiam na hora da interação. Um dos meus próximos artigos será sobre este tema. Políticos e governos não gostam de trabalho.

Mas existe muita coisa boa: bibliotecas, serviços de meteorologia, agropecuária, dicas sobre alimentação, turismo e viagens, enfim, sobre tudo que nos cerca e que necessitamos para um dia a dia confortável e informado. Se você tiver paciência para filtrar nos sites de buscadores, encontrará informações sobre tudo que existe na face da Terra. Desde a sua cidade até o mais longínquo recanto do globo. Tudo está disponível e muitos deles funcionam com uma precisão inquestionável. Agora quando se trata de interação, quando se trata de obter respostas para suas dúvidas, quando se trata de obter informação sobre o que está disponível aí vem o desencanto.

No Brasil, especialmente, são raros os sites em que você escreve e obtém a tempo e hora uma resposta para suas indagações. No setor público então é um Deus nos acuda. O DAC, Departamento de Aeronáutica Civil ligado ao Ministério da Aeronáutica era o órgão federal que tomava conta da área de aviação. Cuidava desde as relações dos passageiros com as empresas aéreas, à questão das tarifas e a distribuição da malha de rotas aéreas. Era um primor em matéria de eficiência. Desde o atendimento pelo telefone, até mesmo por cartas ou pessoalmente, já que ele, o DAC, mantinha em cada aeroporto brasileiro uma sala para atendimento aos passageiros. Foi substituído pela ANAC, a Agência Nacional para a Aviação Civil e junto com a Infraero, a empresa de administração dos aeroportos brasileiros, transformou este setor num verdadeiro caos.

A distribuição da malha aérea brasileira é um mistério a ser desvendado. Para os leigos não possui a menor racionalidade. Começa pelas extorsivas tarifas na venda dos bilhetes. Chega ao cúmulo de permitir que companhias aéreas brasileiras vendam em seus sites passagens com um determinado preço para uma determinada rota, e a mesma rota, no mesmo site, em inglês, muitas vezes, a passagem custa metade do preço. Não existe explicação lógica para tal. Mais atenção ainda quando estiver pesquisando voos. É comum o preço do seguro vir embutido. Assim como não existe lógica você comprar um bilhete Rio de Janeiro- Ilhéus-Rio, pagar por ele uma fortuna, muitas vezes, mais caro que o preço de uma Rio-Nova York-Rio e levar mais de cinco, seis horas para chegar ao destino que quando o voo é direto não passa de uma hora e quinze minutos. Há companhias aéreas que vendem o bilhete para Ilhéus e faz a rota Rio-Brasília-Salvador-Brasília e só então o passageiro se destina a Ilhéus. Foge a qualquer mortal o entendimento desta logística, assim como carece de qualquer racionalidade empresarial. Essa mesma ANAC distribui e autoriza as empresas para realizarem voo diretos Rio-Ilhéus-Rio. Às vezes elas fazem o voo direto durante um certo período do ano e de repente retiram a rota sem qualquer aviso prévio ao passageiro.

E não é só isso não. No aeroporto de Ilhéus, na Bahia, pequeno , comprimido e desconfortável, suas instalações mal permitem o embarque de passageiros de um único voo, confortavelmente. Pois a ANAC chega ao cúmulo de autorizar o embarque de três a quatro voos, na mesma hora, duas vezes ao dia, causando uma das maiores aberrações que se possa imaginar em embarque de passageiros. Nem gado é embarcado daquele jeito. E isso acontece há anos. Não existe explicação lógica para justificar a saída de todos os voos na mesma hora, no mesmo minuto. Mas é assim que funciona. Experimente entrar no site da ANAC e postar alguma reclamação sobre esse assunto ou qualquer outro. Conheço pessoas que nunca conseguiram entrar. E conheço outras que nunca obtiveram resposta.

No site da companhia aérea Azul se você entra para comprar uma passagem para outro passageiro realizar a viagem é um complicado jogo de adivinhação descobrir como esta operação poderá ser feita. Não conseguindo você é obrigado a ir para o telefone. Você paga a ligação e consegue fazer a operação. Só que o atendente não lhe avisa que há um tipo de seguro, incluso. E você dispende alguns reais a mais desnecessariamente. Quantos milhares de pessoas não caem neste golpe? Quantos milhões a mais a companhia não fatura por conta dessa despesa desnecessária? Provavelmente muito. E porque não está bem claro no site da empresa um aviso para o preenchimento do campo quando você não é o passageiro? Até pouco tempo atrás, aliás bem pouco tempo, é que um dos Procons entrou na justiça e obrigou as companhias aéreas a deixarem claro, nos sites, que a compra de seguro para a viagem não era obrigatória. Ele costumava vir embutido ou então ficava tão escondido no site que nenhum mortal poderia enxergá-lo. Trato aqui desses problemas de passageiros e aéreas por que tem a ver com a Tecnologia da Informação. Essas deformações não são apenas problemas de infraestrutura aeroportuárias. É também uma questão de investimentos em SOFTWARES. Eles preferem operar com softs antigos e aproveitar ao máximo, sabendo que esse mundo de softwares é dinâmico. São inovações permanentes e custam dinheiro.

É também uma questão cultural nossa. Contribuinte não tem direitos. Outro dia passei pelo aeroporto de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo. O aeroporto foi recentemente privatizado. Busquei uma daquelas máquinas que vendem água e refrigerantes desde que você coloque moedas ou uma nota. Ela engoliu duas vezes cinco reais. Não me forneceu o produto e nem tampouco me retornou o troco e nem me devolveu o dinheiro. Procurei o balcão de informação da empresa concessionária onde umas moças bem vestidas atendiam passageiros. Fiz minha queixa e ela com a maior desfaçatez me disse que era feriado, que os técnicos não estavam trabalhando e que eu poderia anotar o telefone que estava na máquina e ligar um outro dia. Pedi-lhe o telefone da administração do aeroporto. Disse-me com a maior cara de pau que era confidencial e não poderia fornecer. De tanta raiva desisti de continuar a conversa. Andei dez passos e dei de cara com um livrinho de serviços do aeroporto. Lá estava muitos dos telefones da companhia e endereços de e-mail. Quando cheguei em casa passei um e-mail relatando o fato. Limitaram-se a agradecer meu comunicado e a promessa de melhorias. Quanto aos meus dez reais, adeus.

O mesmo cuidado se deve ter com sites bancários no Brasil. Em muitos, ou em quase todos os sites de bancos você paga cada vez que acessa sua conta e imprimi a folha com o seu saldo. Paga pouquinho, mas paga. Em alguns poucos há um limite para a impressão gratuita. Quando for realizar pagamentos nas máquinas automáticas lá na telinha, depois da operação realizada costuma aparecer uma outra telinha perguntando se você não deseja realizar o pagamento em débito automático. Cuidado. É como uma pegadinha. Você corre o risco de pagar duas vezes a mesma dívida e depois para consertar é uma verdadeira dor de cabeça. Fique sempre atento.