7 de julho de 2014

NATALIDADE NO BRASIL ( I )

Um casal bem informado planeja o numero de filhos de acordo com seus desejos, disponibilidade e condições financeiras para criá-los. Uma mulher atenta e esclarecida que planeja uma produção independente tem em mente, em primeiro lugar, a sua condição financeira para educar e formar o seu filho. Os países desenvolvidos, e até alguns que não estão no grupo, como o Uruguai, por exemplo, agem da mesma forma. Leva em conta o controle da taxa de natalidade para planejar sua economia e ao mesmo tempo disponibilizar segurança, educação, saúde e outros itens básicos para uma sobrevivência decente e confortável.

Desequilíbrio na taxa de natalidade afeta países ricos e pobres. Equilíbrio na taxa de natalidade todos os países do primeiro mundo buscam. A China só é que o que é hoje em dia porque, entre outras razões, levou mais de 50 anos para atingir o que eles consideram uma taxa de natalidade equilibrada. Com mão de ferro o Estado chinês ainda na década de 1960 do Século passado instaurou a política de um filho por casal. Mesmo assim e com todo o colosso de sua atual economia, o país ainda tem cerca de 800 milhões de pessoas fora do alcance do atual boom econômico. Os chineses são mais de um bilhão e trezentos milhões de pessoas. Mais de seis vezes a população do Brasil.

Conseguiu instaurar a segunda economia do planeta investindo primeiro em educação, segundo em educação de qualidade e um ferrenho controle na taxa de natalidade. Hoje, sua taxa de natalidade está em torno de 1,5 por cento. Seguiu a receita histórica dos países de primeiro mundo. A diferença é que no primeiro mundo quem controla a natalidade é o casal ou o interessado em ter filhos e com o apoio do Estado. Na China é a mão de ferro do Estado e com penalidades. Em menos de 30 anos conseguiu um feito histórico: retirar da pobreza e da miséria 400 milhões de chineses e se tornar a segunda maior economia do mundo. O controle da taxa de natalidade foi um dos elementos básicos.

Dizem os estudiosos que uma cultura começa a declinar quando sua taxa de natalidade atinge o índice de 1,3 por cento sobre o total de sua população. Dizem ainda que ao atingir este índice é quase impossível reverter o declive e vai levar de 80 a 100 anos para o equilíbrio. Dizem mais: que nenhuma cultura sobreviveu abaixo desta taxa de natalidade.

Peguemos a Áustria como exemplo para um raciocínio. Sua taxa de natalidade nos dias de hoje está em torno de 1,3 por cento para um total de 8,5 milhões de habitantes e crescendo, portanto, a uma taxa de 0,5 que significa menos de quinhentos nascimentos por ano. O Estado austríaco busca, incessantemente, políticas de estímulo à natalidade que vai desde a doação em dinheiro, equivalente a 10 mil dólares, e mais a metade por mês durante certo tempo para os casais que tenham filhos.

Mesmo assim não são todos os casais que querem ter os filhos que o Estado deseja e necessita para que a nação não desapareça. Trata-se de uma pirâmide social altamente aculturada e homogênea em termos econômicos. Um filho significa dedicação total, privação de liberdade e alta responsabilidade na formação. Nem todo mundo está disposto ao sacrifício. O mesmo se sucede em outros países europeus.

Já a Suíça tem uma taxa de natalidade de 1,52 por cento e sua população de 8 milhões de habitantes cresce 1,1 por cento ao ano. A Austrália com pouco mais de 22 milhões de habitantes tem uma taxa de crescimento de pouco mais de 1,5 por cento ao ano. A Noruega, com pouco mais de 5 milhões de habitantes é considerada o melhor país do mundo em termos de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) método da Organização das Nações Unidas (ONU) que mede a qualidade de vida no mundo, e a maior renda per capita com 82 USD (82 dólares por habitante) e sobrevive com taxa de natalidade de poucos mais de 1,5 por cento ao ano. Nestes países europeus o índice de analfabetismo é zero e os estados incentivam ao máximo o nascimento de filhos.

Já os estados Unidos, a maior economia da terra com um PIB (Produto Interno Bruto) de mais de 15 trilhões de dólares e uma população de 315 milhões de habitantes, tem uma taxa de natalidade em torno de 1,9 por cento. Dez das melhores universidades do mundo estão lá. Os Estados Unidos e esses outros países aqui citados são considerados por muitos como a terra das oportunidades para os estrangeiros. Atingiram tal ponto de desenvolvimento que o trabalho considerado como subemprego, tais como faxineira, babá, pedreiros, pintores de paredes e outros afins são desempenhados por imigrantes. Os filhos da terra recusam. Na Europa desenvolvida também. Ela tem uma taxa de natalidade em torno de 1,9 por cento ao ano com sua população crescendo em cerca de um por cento ao ano.

Com seus 315 milhões de habitantes os Estados Unidos, como nesses outros países citados acima, seus níveis de educação e de educação de qualidade são invejáveis. E não existe a hipótese de criança ficar sem escola e mais tarde não ter acesso à Universidade. Oportunidades não faltam. A meritocracia é a regra. Para quem não recusa trabalho é o paraíso para os estrangeiros.

Indo para a África, a subsaariana então é um verdadeiro Deus nos acuda.

A Somália com seus 10 milhões de habitantes tem taxa de natalidade de 6,8 por cento ao ano. É um dos países mais miseráveis do mundo, assim como a Nigéria onde a taxa é de 7,6 por cento ao ano para uma população de 168 milhões de habitantes. Em Uganda, com 36 milhões de habitantes a taxa é de 6,1 por cento ao ano e no Burundi é de 6,2 por cento para 10 milhões de habitantes. O pequeno Chade com 12 milhões de habitantes também é um campeão de natalidade. Sua taxa anual está hoje em 6,5 por cento. São os reinos da fome, da miséria e das doenças. Já na Ásia, o campeão é o Afeganistão com 30 milhões de habitantes e taxa de natalidade de 5,4 por cento ao ano.

Chegando aqui na nossa América do Sul vamos direto para a Argentina, antes de chegar ao Brasil. Los portenhos possuem 41 milhões de habitantes e uma taxa de natalidade em torno de 1,5 por cento ao ano. A Colômbia tem 47 milhões de habitantes e uma taxa de 1,7 por cento. E o Chile, o pequeno Chile, tem pouco mais de 17 milhões de habitantes e sua taxa de natalidade anda pela casa de 1,5 por cento ao ano.

A próxima parada é o Brasil

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