5 de novembro de 2015

MARCO POLO ( I )

Gerações e gerações cresceram e aprenderam que Marco Polo ( 15/01/1254 a 08/01/1324) foi um navegador. Viveu 69 anos, uma eternidade para sua época. Ainda assim os estudiosos não garantem sua data exata de nascimento. Estimam que tenha sido em janeiro de 1254. Mas pode ter sido bem antes. Em torno dele reina uma das lendas mais difundidas nos últimos oitocentos anos: que fora um navegador. Isso ele nunca foi. Foi sim, um grande espião. Talvez o maior deles nos primeiros 500 anos do milênio que se encerrou no ano 2000.

Nasceu em Veneza numa época em que a cidade era a capital do globo, centro do comércio mundial.

Veneza abrigava os maiores mercadores e as grandes fortunas europeias. No caís e nas docas da Cidade exércitos de estivadores carregavam e descarregavam mercadorias como uma enorme colmeia. Segundo Ernest Volkman em seu livro A HISTORIA DA ESPIONAGEM (www.editoraescala.com.br lançado no Brasil em 2013 ) na página 58 ele descreve o movimento nas docas da cidade como indicativo de seu status de maior centro comercial do mundo conhecido.

Os Doges, título nobiliárquico pelo qual eram conhecidos os príncipes governantes venezianos ouviram falar dos relatos dos missionários católicos que retornavam de viagens ao continente asiático. As notícias vindas do Vaticano deixaram os mandatários inquietos e preocupados. Aqueles missionários descreviam uma série impressionante de maravilhas de um império mercantil localizado no leste, mais precisamente na China e especialmente traziam informações sobre uma frota de navios mercantes conhecidos como BARCAÇAS e capazes de navegar por todos os mares do mundo graças a uma tecnologia milagrosa conhecida como a bússola”, relata.

Wolkman recorda que os Doges eram sobretudo homens de negócios e mercadores fabulosamente ricos. Os relatos levantaram a possibilidade assustadora de um império comercial chinês competitivo que um dia iria expandir-se para o oeste e suplantar o poderoso império comercial de Veneza. Os principes venezianos concluíram que precisavam de inteligência detalhada sobre essa possível ameaça a sua própria existência. Os venezianos possuíam o maior e mais eficiente serviço de inteligência da Europa.

Como já haviam falhado antes, sem maiores danos, estavam apavorados com os relatos. É que no ano de 1241 os mongóis chegaram à Europa derrotando todas as forças militares enviadas para dete-los e ocuparam parte dos territórios da Europa Oriental, principalmente aqueles onde hoje se localiza a Hungria e Polônia.

Os europeus temeram que a mais poderosa força militar de então varresse todo o continente. Os Doges foram pegos de surpresa pelas notícias vindo do leste. Os mongóis não avançaram e dois fatores foram decisivos para o recuo-o: a morte repentina de OGEDEI filho mas velho e primeiro sucessor do Imperador Gengis Khan e as imensas cadeias de montanhas com formação de gelo o que impossibilitava alimentação para seus cavalos: os Alpes. A partir dessa invasão os líderes europeus acordaram e descobriram que haviam forças poderosas em outras partes do mundo e que não eram divinas.

O pai de Marco Polo, conhecido como Nicolô Polo e seu tio Maffeo, faziam parte dessa elite veneziana. Muito ricos, articulados e audaciosos, não bastava aos Polos a fortuna acumulada até então. Queriam mais. Veneza, governada pelos Doges, em comunhão com uma dezena de comerciantes puseram em marcha um plano ousado e corajoso: chegar à China, de qualquer forma.

Escalaram os irmãos Polo pois estes já possuíam alguns contatos com mercadores chineses que começavam a estabelecer ” pontos” com a Europa para enviar mercadorias ao longo da lendária Rota da Seda com caravanas comerciais. ” Os irmãos Polo foram convocados oficialmente para uma viagem destinada a discutir a expansão do comércio ” segundo Volkman na página 59 do seu livro A HISTORIA DA ESPIONAGEM.

A verdadeira missão deles era coletar informações e inteligência sobre a extensão da estrutura mercantil chinesa, como funcionava, se existia qualquer plano para estabelecer uma significava presença comercial no continente europeu e qualquer outra coisa de interesse que pudessem encontrar que dissesse respeito ao império veneziano.

Esses irmãos Polo decidiram levarem seu filho e sobrinho de nome Marco Polo que à época tinha apenas 15 anos de idade. Em algumas pesquisas, historiadores diversos citam os irmãos Nicolô e Maffeo como tios de Marco Polo que viveram por um período de suas vidas na cidade de Constantinopla. Inclusive na versão de Volkman. Em outras fontes encontrei referencias,inclusive na Wikipedia ( www.wikipedia.com/marcopolo) convincentes de que Nicolô era o pai do Marco e resolveu levá-lo na viagem devido a seus dotes culturais, sua notável inteligencia e seu talento precoce como linguista.

Na página 60 do seu livro Volkman escreve que quando as coisas chegaram ao seu término “Marco haveria de imortalizar sua viagem anos depois em um relato que omitiu um fato significativo – foi uma das mais bem sucedidas missões de espionagem da história”. Este relato acabou passando à história como AS AVENTURAS DE MARCO POLO.

Em 1271 a família partiu para uma viagem de 24 mil quilômetros e que durou mais de três anos, a maior parte dela por terra. Somente a partir da cidade de Ormuz, à beira do Mar da Arábia (O Estreito de Ormuz está situado na entrada do Golfo Pérsico, entre Omã, localizado na Península Arábica e o Irã. Trata-se de uma via marítima estratégica por onde passa quase a metade do petróleo mundial e vinte por cento do transporte marítimo do globo. De pequena extensão, tem 54 km de largura mínima e seu trecho mais largo não passa de 100 km. É dominado hoje pelo Irã) eles conseguiram alguns barcos atravessaram o estreito e chegaram na China entrando pelo Tibet. Daí, sempre por terra rumaram para Pequim onde foram calorosamente recebidos pelo Imperador Kublai Khan, neto do lendário Genges Khan.

Marco Polo já dominava quatro língua orientais: chinês, mongol, persa e uigur. Ao mesmo tempo tinha uma capacidade incomensurável de absorver as informações que lhe eram relatadas e uma memória fotográfica para os fatos vivenciados. Ao longo da viagem conseguiu informações sobre o Imperador e que se tratava de um homem extremamente curioso e versátil e que uma audiência com ele poderia se tornar um tormento tal a quantidade de perguntas e inquisições que ele fazia aos visitantes.

No caminho, ao longo dos três anos de duração, Marco Polo aprendeu e dominou as quatro línguas orientais e ficou sabendo por intermédio dos professores que “o Grande Khan” tinha um insaciável apetite por inteligência.

Descreve Volkman na página 61 que generais, mercadores, comerciantes e intelectuais, todos sabiam que uma audiência com ele significava um tormento de horas de duração sobre uma gama exaustiva de tópicos, que iam desde as crenças religiosas de estrangeiros até o numero preciso de lanças que um soldado de um determinado exército carregava. Os comerciantes sabiam, e repassaram aos Polos que a aprovação do Khan para suas operações comerciais em seus domínios dependiam, em grande parte, da maneira pela qual eles poderiam satisfazer seu apetite por inteligência.

Quando os Polo chegaram a Pequim Marco iria descobrir que o apetite por conhecimento do Khan era de grande valor. Admitidos em audiência pelo Imperador Kublai Khan como renomados comerciantes estabelecidos na Europa – um assunto de interesse comercial para o governante chinês – os Polos deixaram o garoto Marco manter a maior parte da conversação.

A NETFLIX E MARCO POLO ( FINAL)

A NETFLIX, o canal de TV que faz sucesso na web investiu mais de cem milhões de dólares na série MARCO POLO. Já foi vista por mais de cem milhões de telespectadores em todo o mundo. Nunca a TV aberta investiu tamanha soma em nenhuma produção. A série da Netflix reproduz com fidelidade o cenário da narrativa e alimenta o mito sem limitações. Com roteiro preciso e deslumbrantes cenários a fabulosa história é recriada a partir de fragmentos de vários historiadores e do próprio livro AS AVENTURAS DE MARCO POLO. Após tres anos de viagem ele aportou na China e seduziu o Imperador.

Segundo Volkman, em seu livro A História da Espionagem, na página 62 “ foi uma escolha inteligente, a dos Doges de Veneza, porque Marco Polo havia se preparado muito bem. O Grande Khan ficou deslumbrado com ele que destilava tal qual uma enciclopedia virtual tudo que havia visto,vivido e ouvido na longa viagem. Alí seu destino foi selado. O Khan ficou tão deslumbrado que propôs a Marco que este passasse a servi-lo como enviado especial em várias missões diplomáticas no seu reino, o vasto império mongol. Uma situação mas que perfeita e adequada para um espião não poderia ser imaginada".

Por mais 17 anos Marco Polo iria ficar na corte e no império mongol. Encantado com os dotes do jovem Polo o Imperador caiu-se de amores por ele e o convidou para ser seu embaixador e enviado pessoal por seu longo Império.Por todo esse tempo ele enviou relatórios, informações de fontes privilegiadas, enfim uma coleta de inteligencia. Do próprio Imperador ele ficou sabendo, e repassou a Veneza, que os mongóis jamais retornariam para invadirem a Europa. O Kham, através de seu serviço de inteligencia havia descoberto e concluido que a Europa era um território de “rochas, gelo e árvores” inúteis para as grandes manadas de cavalos mongóis eixo dorsal do exército móvel do Khan. Seus milhares de cavalos necessitavam de imensas pastagens.

Todo tipo de informação a que tinha acesso Marco enviava aos seus superiores em Veneza, inclusive a confidência do Grande Khan que seu império não tinha o menor interesse em estabelecer bases comerciais na Europa. Isso para Veneza foi um grande alívio. Junto com as informações ele enviou também teares, astrolábios, bússolas, papel e macarrão.

Vinte e quatro anos depois de sua partida, em 1295 Marco Polo retorna à sua Veneza onde não foi reconhecido nem por seus parentes. Os viajantes convidaram parentes e conhecidos para um banquete de comemoração. Nas mesas eles apareceram com vestes cujas bordas quando foram descosturadas jorraram jóias de valores incalculáveis e entre elas safiras, rubis, granadas, diamantes e esmeraldas.

No nível da corte o astuto Marco foi recompensando financeiramente e com uma oferta especial: a melhor mansão de Veneza lhe foi oferecida pelos agradecidos Doges, além de barcos, escravos e prestígio. Tempos depois Marco Polo escreveria o primeiro best-seller popular da Europa intitulado LIVRO DE DIVERSAS MARAVILHAS DO MUNDO. Alguns séculos depois este livro foi reimpresso já com o título AS VIAGENS DE MARCO POLO. Trata-se, tanto um como outro, de um diário que evitava cuidadosamente qualquer alusão à sua verdadeira missão na terra que ele chamava de CATHAY.

Muito rico Marco equipa uma galera para combate e parte para guerra entre Veneza e Genova onde participaria da batalha naval perto da ilha de Curzola no mar Adriático em 1296. Os genoveses ganharam a guerra e levaram Marco Polo prisioneiro. Em Genova amargou tres anos de cativeiro. Na prisão conheceu Rustichello da Pisa. Rustichello era um homem de letras e se interessou avidamente por suas histórias. Como escrevia em francês provençal que era a língua falada por aqueles que não falavam o latim, Marco foi narrando e Rustichello escrevendo. Acontece que o italiano da Pisa era um romancista e há quem acredite que ele desenvolveu sua criatividade em cima da narração de Marco que chegou a ser ridicularizado por afirmar que os orientais usavam pedras como combustível para o fogo ( carvão) e caçavam leões de listras ( tigres).

Em 1323 em seu leito de morte Marco Polo revela às suas duas irmãs a verdadeira motivação de sua viagem e que ela fora concebida pelos Doges. Pediu-lhes que só revelassem o segredo muitos anos depois de sua morte e disse a elas que não havia contado nem metade do que viu. Existem historiadores que acreditam que Marco Polo não narrou nada do que viveu e sim do que ouviu de terceiros em sua longa viagem e desconfiam também que Rusttichello da Pisa, na prisão, tenha dado um colorido todo especial às narrativas de Marco. A precariedade da época não permite elucidar esse fatos e hoje conhece-se 140 manuscritos diferentes do livro.

Mitologia, história , fantasia, sonhos e mentiras tudo se mistura na vida desse fabuloso aventureiro do Século XIII. E foi nisso que apostou a Netflix para seu sucesso de audiência ao investir uma centena de milhões de dólares na serie. Mas não só ela: em seus anos dourados Hollyoowd também investiu. Existe no mercado uma mini-série MARCO POLO italiana ( DVD R$ 159,70 ) com 4 DVDs e com mais de oito horas de duração. Filmada na China, na Itália e Mongólia. A direção é de Giuliano Montaldo e no elenco estão Burt Lancaster, Ann Bancroft e Leonad Nimoy.

1 de setembro de 2015

O UBER E O TÁXI

A evolução tecnológica fez aflorar umas das chagas do transporte publico no Brasil: o serviço de táxi. Outrora um serviço profissional e distinto, nas capitais tornou-se um curral que abriga um vergonhoso sistema de concessão de favores onde os agentes do Estado habilitam nas ruas quem não está preparado para prestar o serviço além de conceder licença para veiculação de carros velhos e serviço caro.

Quem anda de táxi em Brasília, ou Salvador na Bahia, por exemplo, sabe bem o preço que paga. Na capital baiana a corrida de táxi do aeroporto para o Centro da cidade não custa menos de R$ 100,00 ( cem reais) em táxi comum. Carros velhos, embolorados, e motoristas desatentos. Parece que sabendo do mal e caro serviço que prestam é comum assediarem passageiros para o aeroporto nos pontos de ônibus ao longo da orla marítima da cidade oferecendo retorno pela metade do preço e às vezes menos. Quem tem paciência, e tempo pode aguardar pelo ônibus a R$ 25,00 reais.

O serviço do UBER surge para nós, brasileiros, como uma espécie de “delação premiada” ao prestar um bom serviço e ao mesmo tempo expor as mazelas desse serviço publico que a gente tem conhecimento, mas releva. Quem ameaça com a pena é o Estado punindo ninguém menos que o passageiro quando ameaça proibir o uso do aplicativo, em benefício do taxista. Esse que a gente conhece cada vez menos profissional. O setor é de um improviso sem precedentes.

Outro dia aboletei-me na traseira de um táxi em Brasília. O motorista tinha vindo do interior de Goiás onde era tratorista. Nada contra. Não conhecia a cidade, tinha horror a GPS, dirigia com enfado e fez cara feia para ligar o ar condicionado. Ganhou a concessão por influencia de um político distrital.Logo na capital federal onde táxi não circula nas ruas e é um dos serviços de táxi mais caros do Brasil. Azar do passageiro. Sorte a dele.

Da mesma forma é um azarado aquele que desembarca num dos aeroportos do Rio de Janeiro. Cidade de transporte publico deficiente e onde reina a desordem no serviço de táxi. Não é um problema das autoridades atuais. Vem de longe. Ou são as “máfias” que operam no desembarque onde o passageiro é abordado dentro do aeroporto ou são aqueles motoristas que perguntam ao passageiro onde ele deseja ir. Se coincidir o destino o motorista aceita a corrida. Muitas das vezes o preço não é o do taxímetro. É no “tiro” como dizem na gíria. Preço fixado por eles. Isso é pouco para o passageiro que necessita de um táxi na Rodoviária Novo Rio. Lá o serviço de táxi beira o banditismo. Recentemente ouví de uma passageira que ficou tão assustada com a abordagem que preferiu o ônibus com todos os riscos conhecidos.

Existe ainda a balbúrdia dos famosos “pontos de táxi”. É o lugar onde ficam “plantados” em rodinhas de conversas e costumam escolher o destino. A autoridade publica da cidade do Rio de Janeiro habilita esses “pontos” em ruas da zona sul da cidade próximas a hotéis nas esquinas das ruas de praia e a preferencia deles é pelo passageiro que se destina aos aeroportos. A maioria dos motoristas são aposentados, dirigem carros velhos, não gostam de ar condicionado e foi premiado com a licença obtida com a ajuda de algum político e vale uma pequena fortuna. Como sabemos trata-se de um monopólio cartorial com a bença dos que necessitam de votos. O Rio de Janeiro é uma cidade onde a autoridade não consegue disciplinar o serviço.

O transporte publico é uma das mais velhas fontes de corrupção na nossa Republica. E aí se inclui o táxi. São Paulo e Rio não estão sozinhas. De Cuiabá a Salvador ( um dos piores serviços de táxis) de Vitória a Porto Alegre, de Manaus a Natal, de Florianópolis a Belo Horizonte, de Goiania a Aracajú, em todas as capitais o serviço é gerido por uma “máfia” desorganizada, incompetente, sem nenhum profissionalismo e a face mais visível da ineficiência é o apadrinhamento e o descaso.

O UBER veio para ficar. Seu valor patrimonial em bolsa já ultrapassa os 20 bilhões de dólares. Faz parte da nova economia onde os bits valem mais que a força do braço em ação. É bom que a autoridade publica vá se acostumando. Esse é apenas o primeiro passo de um serviço que destroi as velhas panelinhas que não respeitam o consumidor. Outras estão a caminho.

FLEETY - DIDI KUAIIDI - UBER X - AIRBNB...E AGORA?

A economia compartilhada explode no mundo. O consumidor é o grande beneficiário de um serviço limpo, bem feito, organizado e com preços compatíveis. Mas não por aqui. O Prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Hadad ( PT ) e o da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes ( PMDB ) por caminhos diversos cederam à pressão da máfia dos táxis. O primeiro sancionou lei oriunda do legislativo municipal e o segundo promulgou um Decreto e proibiram o funcionamento do aplicativo Uber Black.

No Rio de Janeiro a Lei é mais radical: prevê multa vultosa e recolhimento do carro e do motorista à delegacia e prisão. Ambos foram explícitos em ignorar o benefício e o interesse da população. Os vereadores não se deram por satisfeitos: nas duas Câmaras, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo querem mais.

Com o apoio de 46 dos 51 vereadores a Camara carioca ameaça com uma nova Lei com multa de mais de sete mil reais, além da apreensão do carro e do motorista. Jamais se viu tamanha devoção e interesse por um assunto que beneficia apenas uma minoria em detrimento de milhões. Não há segredo para ninguém que os políticos atuam em perfeita sintonia com a máfia dos táxis. Tanto é verdade que o vereador Ricardo Young (PPS-SP) em debate realizado na capital paulista no dia 24 de agosto sobre o assunto e publicado por inúmeros jornais e sites, afirmou que a celeuma em torno do Uber e dos táxis diz respeito à máfia dos alvarás. Foi taxativo quando assegurou sem papas na língua:

- existe uma máfia na Camara de Vereadores de São Paulo, no Departamento de Transportes Públicos da Cidade, o DTP, e nos sindicatos, que não tem o mínimo interesse na diminuição do preço dos alvarás (ou licenças ) porque eles viraram um negócio hiper-rentável”. Segundo ele a reação dos taxistas “é um movimento dos detentores de alvarás versus qualquer inovação que possa diluir o preço deles no sistema. “Qualquer ameaça a esse controle de licenças mexe com interesses muito sérios e com a corrupção instalada no meio”. A descrição e fala do Vereador Young serve para qualquer cidade do Brasil onde exista serviço de táxi. É assim que funciona.Terão que permanecer na idade das trevas. Não há como deter a revolução da economia compartilhada na web.

O que farão os vereadores das cidades brasileiras e os deputados distritais de Brasília diante da criação de serviço semelhante, através de um aplicativo criado por jovens alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro ( UFRJ ) que aglutinam caronas em seus automóveis e racham despesas para chegarem em segurança ao campus universitário?

O que farão eles diante do aplicativo FLEETY que já funciona em São Paulo e Curitiba onde o motorista disponibiliza o seu carro através de locação no local onde ele estacionaria e o interessado retira o automóvel e o devolve com preço e local pre-combinado e pagando em média R$ 8,00 ( oito reais/hora)?

O que farão eles diante do imenso sucesso do site Airbnb que aluga vagas, quartos, casas, apartamentos, sítios e fazendas em todo o mundo?

O que farão eles diante da iminente chegada ao Brasil do aplicativo Didi Kuaidi, rival do Uber e maior aplicativo móvel de carona e transporte urbano da China e já avaliado em 15 bilhões de dólares no mercado?

O que farão eles diante de um novo serviço do Uber X, também por aplicativo, onde oferece o serviço de transporte 30 por cento mais barato que os táxis comuns, em carros populares, onde o motorista também é um profissional e passa pelos mesmos critérios de avaliação do conhecido Uber Black?

E o que farão os nossos políticos diante das dezenas de sites e aplicativos que como estes aqui citados foram desenvolvidos e estão sendo aplicados dentro de uma nova concepção de economia compartilhada?

Tudo indica que a mamata vai acabar, cedo ou tarde.

O primeiro erro está lá atrás, no ano de 2012, quando o Congresso Nacional aprovou e a Presidente da Republica sancionou uma Lei capenga que leva o pomposo nome de Marco Civil da Internet. Sem conhecimento de causa e sem assessoria especializada os políticos aprovaram uma Lei onde se quer está definida a responsabilidade da neutralidade da rede de internet. Mas foi festejada. Junto com ela vieram outras duas, parceladas, visando atos libidinosos e criminosos na Rede. ( veja no final a série de artigos sobre UMA LEI PARA A INTERNET NO BRASIL publicada neste blog a partir de 7 de agosto de 2012 até 27/12/2012 ou acessealeluiaecia.blogspot.com para saber mais)

Teria sido mais sensato a criação de uma Agencia Reguladora para a Internet como existe em nações civilizadas. Se ela existisse sobrepor-se-ia às instancias municipais e estaduais e capacitaria o Brasil, e nós contribuintes, a desfrutarmos do conforto e da comodidade da economia dos bytes. Acabaria com esses cartórios corruptos e evitaria as cenas medievais, protagonizadas por motoristas de táxis a que temos assistidos nas ruas do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Brasília, por enquanto.

Essa falta de visão e de preparo dos nossos homens públicos para a era dos byts é uma das razões que faz perpetuar esses cartórios corruptos de concessões de serviços, tais como os do táxi, e que se destinam muito mais a servirem a grupelhos do que prestar bons serviços a preços compatíveis ao contribuinte. O voto faz a diferença. Lá na urna procure saber se o seu candidato é contra ou a favor dos serviços da economia compartilhada.

Acesse www.aleluiaecia.blogspot.com


7 de ago de 2012,
Uma Lei para a Internet no Brasil (I)

UMA LEI PARA A INTERNET ( II )

UMA LEI PARA A INTERNET (III)

UMA LEI PARA A INTERNET (IV)

UMA LEI PARA A INTERNET NO BRASIL (V)

UMA LEI PARA A INTERNET NO BRASIL (VI)

UMA LEI PARA A INTERNET NO BRASIL (final)

Acesse o Blog - http://aleluiaecia.blogspot.com

28 de agosto de 2015

VÃO DESAPARECER: SÓ NÃO SEI QUANDO.

1. O Correio
Prepare-se para imaginar um mundo sem Correios. Eles estão afundando tanto em problemas financeiros que provavelmente não há maneira de sustentá-los a longo prazo. E-mail, FedEx, DHL e UPS tem praticamente dizimado a receita mínima necessária para manter os Correios vivos.

2. O cheque
A Grã-Bretanha já está preparando o terreno para acabar com o cheque até 2018. O processamento de
cheques custa, bilhões de dólares por ano ao sistema financeiro. Cartões plásticos e transações on-line vão levar à eventual extinção do cheque. Isto joga direto para a morte dos Correios. Se você nunca pagar suas contas pelo correio e nunca receber os boletos pelo correio, os Correios absolutamente estarão fora do negócio.

3. o jornal
A geração mais jovem simplesmente não lê jornal. Eles certamente não assinam um jornal impresso que lhes seja entregue. Isso pode acontecer como foi com o leiteiro e o tintureiro. Quanto a ler o jornal on-line, prepare-se para pagar por isso. O aumento dos dispositivos móveis de Internet e e-readers tem motivado todos os jornais e editoras de revistas para formar alianças. Eles reuniram-se com a Apple, Amazon, e as grandes empresas de telefonia celular para desenvolver um modelo de serviços de assinatura paga.

4. O livro
Você diz que nunca vai desistir do livro físico que você segura em sua mão e vira as páginas. Eu disse a mesma coisa sobre o download de música do iTunes. Eu queria que meu CD tivesse cópia impressa. Mas eu rapidamente mudei de ideia quando eu descobri que eu poderia obter álbuns pela metade do preço sem sair de casa para conseguir a última música. A mesma coisa vai acontecer com os livros. Você pode navegar em uma livraria on-line e até mesmo ler um capítulo pré-visualizado antes de comprar. E o preço é menos da metade de um livro real. E pensar na conveniência! Uma vez que você começar movendo os dedos na tela em vez do livro, você vai se achar perdido na história, e não o pode esperar para ver o que acontece a seguir, e você se esquece de que está segurando um
gadget em vez de um livro.

5. O telefone fixo
A menos que você tenha uma família grande e faz muitas chamadas locais, você não precisa mais do
telefone fixo. A maioria das pessoas o mantêm simplesmente porque sempre o tiveram. Mas você está pagando encargos duplos para este serviço. Todas as empresas de telefonia celular permitem chamar os clientes do mesmo provedor de celular sem nenhum custo adicional.

6. Musica
Esta é uma das partes mais tristes da história da mudança.
A indústria da música está morrendo uma morte lenta. Não apenas por causa de downloads ilegais. É a falta de oportunidade para a nova música inovadora chegar às pessoas que gostariam de ouvi-la. A ganância e a corrupção é o problema. As gravadoras e os conglomerados de rádio estão simplesmente se auto destruindo. Mais de 40% das músicas compradas hoje são "Itens de Catálogos", o que significa a música tradicional com a qual o público está familiarizado. Os mais antigos artistas consagrados estão esquecidos , são documentário em vídeo.

7. Televisão
As rendas das redes tem caído drasticamente. Não apenas por causa da economia. As pessoas estão assistindo TV e filmes transmitidos a partir de seus computadores. E elas estão jogando e fazendo muitas outras coisas que ocupam o tempo que costumava ser gasto assistindo TV. Shows de horário nobre degeneraram abaixo do menor denominador comum. Taxas de TV a cabo estão subindo rapidamente e os comerciais rodam a cada 4 minutos e 30 segundos. Eu digo boa viagem para a maior parte de tudo isso.

8. As coisas que você possui
Muitos dos bens que usamos e possuímos nós não poderemos realmente possui-los no futuro . Eles podem simplesmente residir na "nuvem ". Hoje o seu computador tem um disco rígido e armazena suas fotos, músicas, filmes e documentos. O software está em um CD ou DVD, e você sempre pode reinstalá-lo se for necessário. Mas tudo isso está mudando. Apple, Microsoft e Google estão terminando seus últimos "serviços em nuvem". Isso significa que quando você ligar o computador, a Internet vai ser incorporada ao sistema operacional.
Assim, o Windows, o Google, e o Mac OS serão vinculados diretamente para a Internet. Se você clicar em um ícone, ele vai abrir algo na nuvem Internet. Se você salvar alguma coisa, ela será salva para a nuvem
... E você pode pagar uma taxa de assinatura mensal para o provedor de nuvem. Neste mundo virtual, você pode acessar a sua música ou os seus livros, ou qualquer coisa do gênero a partir de qualquer computador portátil ou dispositivo portátil. Essa é a boa notícia. Mas, se você realmente possui alguma dessas "coisas" tudo será capaz de desaparecer a qualquer momento em um grande
"Poof ". Será que a maioria das coisas em nossas vidas é descartável e caprichosa?

9. Privacidade
Se já houve um conceito que podemos olhar para trás com nostalgia, seria privacidade.Isso acabou.
Ele se foi há muito tempo de qualquer maneira. Há câmeras na rua, na maior parte dos edifícios, e até mesmo em seu computador e celular. Mas você pode ter certeza que 24 horas por dia, 7 dias na
semana, "Eles" sabem quem você é e onde você está, até as coordenadas GPS, e o Google Street View. Se você comprar alguma coisa, o seu hábito é colocado em um zilh? o de perfis e os seus
anúncios serão alterados para refletirem os hábitos. "Eles" vão tentar levá-lo a comprar algo mais. Uma e outra vez.

13 de agosto de 2015

INFRAESTRUTURA NO OESTE DA BAHIA

É simples. Quem quiser saber ou confirmar a força do capitalismo no agronegócio brasileiro vá ao Oeste da Bahia. Quem quiser saber ou confirmar a força do empreendedorismo sem a ajuda do Estado, vá ao Oeste da Bahia. Quem quiser confirmar a tese de que o mercado é tudo vá ao Oeste da Bahia. E lá está o maior exemplo de que apesar do Estado brasileiro a economia arranca, os negócios prosperam e o homem produz.

Para acompanhar os impressionantes avanços registrados nas últimas décadas em sua produção agrícola, os pioneiros do desbravamento no Oeste da Bahia não medem esforços para criar na região uma infraestrutura capaz de garantir, com eficiência, o transporte e o armazenamento de seus produtos – soja, algodão, milho, arroz e feijão – cuja produtividade vem apresentando recordes seguidos.

Com seus recursos os produtores do cerrado baiano buscam, dentro de suas possibilidades, contornar as deficiências existentes da parte que caberia ao Estado, ao setor publico resolver . Na operação tapa-buracos, por exemplo, em estradas já pavimentadas, realizada recentemente na BA 463, com uma extensão de 125 quilômetros, que interliga o Município de São Desiderio ao Distrito de Roda Velha, todo o transporte de material foi feito com recursos dos próprios fazendeiros. O mesmo esquema foi usado no trecho para placas da BA 460, em Barreiras, e na BA 225, em Formosa do Rio Preto.

Em parceria com prefeituras, os fazendeiros da região vêm promovendo melhorias na manutenção de estradas vicinais, recuperando trechos da chamada Rodovia da Soja, e na Estrada do Café, na cidade de Barreiras. Em outra frente de obras eles promovem constantemente a pavimentação das ligações internas da região, incluindo a Rodovia Rio Grande e a própria Rodovia da Soja. Os esforços se concentram também nas vias de Jaborandi e de Correntina, além da obra já em andamento na área de Timbaúba, no Município de Luis Eduardo Magalhães.

Nas estradas estaduais, todo o trabalho está voltado para a reconstrução completa das rodovias, com destaque para o chamado anel da soja, em trecho crítico do Município de Formosa do Rio Preto e na rodovia BA 225, que vai da área da Coaceral à cidade de Formosa do Rio Preto. No já conhecido Rodoagro, que liga estas duas rodovias e chega à divisa com o Estado de Tocantins , está sendo projetada a construção de uma nova estrada, com recursos do Governo do Estado da Bahia.

Os saltos recordes na produtividade do Oeste da Bahia estão exigindo também a manutenção constante nas rodovias federais que cortam a região. Principalmente nas vias principais, como a BR 020, que leva a Brasília, e a BR 241, para a capital Salvador, a mil quilômetros de Luís Eduardo Magalhães. Inúmeras outras obras de pavimentação e conservação se multiplicam nas áreas urbanas das cidades por onde passam essas vias federais, onde circulam, diariamente, mais de três mil caminhões.

Todo esse esforço deverá, em futuro próximo, facilitar o escoamento de boa parte da produção agrícola do Oeste da Bahia ( 8,7 milhões de toneladas ) levando a soja, o algodão, o milho, o arroz e o feijão para os portos de Salvador, Cotegipe, Aratu, Ilhéus, Santos e Paranaguá, de onde são exportados para o Brasil e para o mundo. Acrescente-se a isso a construção da Ferrovia Oeste-Leste, que vai ligar o Município de Luis Eduardo Magalhães ao Porto de Ilhéus, com extensão total de 1.100 quilômetros, com término previsto para 2016 segundo previsões das entidades governamentais federais.

hildeberto aleluia está estudando e conhecendo o oeste da bahia

A FIOL E O ANEL DA SOJA

A FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) está na ordem dos acontecimentos. Nos últimos dias dezenas de matérias surgiram em quase todos os veículos de comunicação do País, especialmente depois que este blog publicou artigo sobre o Anel da Soja. Ela é de suma importância para o Oeste da Bahia e todo o Anel da Soja. Mais ainda para as minas que estão sendo exploradas no trajeto e cujo transporte, a exemplo da produção agrícola é feito por caminhões encarecendo brutalmente o custo de produção da região.

Este último traçado da Ferrovia é o terceiro nos últimos cem anos. O primeiro foi gestado após o movimento conhecido na história do Brasil como TENENTISMO, em 1922 quando um grupo de tenentes do Exército, rebelados, exigiram do governo da época ação e democracia. Desejavam integrar o país e desenvolve-lo para combater a miséria. Anos depois o projeto foi abandonado e em algumas regiões da Bahia pode ser visto ainda hoje pontes e túneis dessa primeira tentativa.

Algumas décadas mais tarde, já no governo Juscelino Kubistchek o projeto foi retomado, alguns bilhões foram investidos até o governo Jânio Quadros e em seguida novamente paralisados. Ainda hoje é possível se ver, em alguns trechos no mesmo interior da Bahia diversos obras abandonadas dessa segunda tentativa. E a terceira, que está em curso vem desde o governo Sarney. Lá se vão mais de 25 anos.

A obra está quase que totalmente parada. Sou testemunha ocular do que lá acontece: quando se aproximam as eleições o governo retoma a obra, as prefeituras e candidatos indicam as contratações que os ajudam a elegerem-se com os empregos, arranjados, as máquinas e homens começam a trabalhar e menos de um ano depois vêm às dispensas, as máquinas silenciam, a movimentação no traçado arrefece, falta dinheiro e a obra para. Tem sido assim nos últimos anos.

Essa ferrovia está destinada a se conectar com a outra chamada Norte-Sul que se encontraria com a FIOL no meio dos estados de Goiás e Tocantins, atravessaria todo o oeste da Bahia e desembocaria em Ilhéus onde deveria haver um porto já planejado e anunciado pelo Governo, destinado a exportar a produção não só do Anel da Soja como também o que é produzido em Goiás, no Tocantins, no Piauí e até no Maranhão. Como se pode concluir, trata-se de uma obra de infraestrutura superimportante para o país e para a produção do Centro Oeste brasileiro.

Se o governo não consegue terminar a ferrovia porque não tem dinheiro como irá construir o porto? E se a ferrovia ficar pronta para onde ela vai levar a carga? Para lugar nenhum sem o novo porto de Ilhéus. Está mais do que na hora dos produtores rurais da região se reunirem, formarem uma comissão e desembarcarem em Brasília para pressionar o governo a privatizar a ferrovia e o porto de ilhéus num só pacote.

Hildeberto aleluia está conhecendo e estudando o o oeste da Bahia

4 de maio de 2015

O ANEL DA SOJA

O oeste da Bahia não está sozinho com seus 27 municípios na produção de riquezas. Faz parte de uma região conhecida por poucos brasileiros que se chama ANEL DA SOJA. Isso porque esse anel abrange além do oeste da Bahia, os extremos dos estados do Tocantins, do Maranhão, de Goiás e do Piauí que fazem divisa com o Estado da Bahia. Juntos é uma fortaleza de produção de aguerridos empreendedores que produzem riquezas na adversidade.

E não é que o governo federal lembrou-se deles através da ministra Kátia Abreu, da Agricultura. Ela lembrou que eles existem, apenas. Como é Senadora e criadora de gado, bem longe dali, no Tocantins, nada mais natural que cevar seu terreno. O governo federal deu a essa região o exótico nome de MATOPIBA. Reuniu as inicias dos estados que a compõe.

A Ministra da Agricultura ficou de levar a senhora Presidente da Republica para conhecer a região no ultimo dia 30 de abril passado. Nenhuma das duas deu as caras. Grande parte dos 1.500 produtores do oeste baiano reunidos na Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, a AIBA, esperaram com grandes expectativas com relação à infra-estrutura da região.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura (MAPA), a produção de soja em MATOPIBA deverá saltar de 18.623 milhões de toneladas na safra 2013/2014 para 20.368 milhões de toneladas na safra 2014/2015. Somente na Bahia espera-se um aumento de 3.229 milhões de toneladas de soja para 4.388 milhões de toneladas.

A soja é a principal cultura entre os quatro estados da nova fronteira agrícola brasileira. Essa nova fronteira possui 9,1 milhões de hectares, bioma de cerrado, sendo que 1,9 milhões de hectares são de reserva legal e 1,7 milhões de hectares são de preservação de área permanente.

Restam 5,5 milhões de hectares para a agricultura com excelente pluviosidade acima de 1.200 mm. De acordo com o Mapa, a Bahia deverá colher neste ano de 2015 uma produção de 3.979 milhões de toneladas (aumento de 20,3% em relação à safra 2013/2014). No caso do Piauí, serão 1.766 milhões de toneladas (+18,6%). Já o Maranhão terá 2.123 milhões (+16,4%) e o Tocantins, 2.335 milhões de toneladas (+13,5%). Trata-se da última fronteira agrícola do mundo.

Governos gostam, e devem realizar. Mas não é o caso. Ele pretendia ir até lá apenas para criar um órgão de nome exótico: MATOPIBA. E provavelmente fazer alarde em uma festa comemorando o investimento de 600 milhões de reais em um novo terminal de grãos próximo a São Luiz, no Maranhão chamado de TEGRAM e que será capaz de exportar cerca de dois milhões de toneladas de soja e milho por ano.

Parece muito isoladamente, mas não é nada para a região que produz cerca de cinco por cento do PIB agrícola brasileiro. Sendo que a maioria dessa produção viaja de caminhão de cinco a seis mil quilômetros de estradas (Santos e Paranaguá) para então encontrar os navios que a levarão para o exterior.

Os Governos (federal, estadual e municipal) deveriam estar atentos para a região que não tem energia, as estradas vicinais são de barro, a internet não funciona, o celular é sofrível, as estradas vivem engarrafadas, não existe armazenagem e nem se agrega valor.

Aquela gente só consegue produzir graças a alta tecnologia em todos os aspectos, desde o plantio até o embarque. Centenas de milhares de empregos poderiam ser criados na região desde que houvesse incentivo. Todos os produtos vão embora in natura. Vão gerar empregos a dezenas de milhares de distancia, como na China por exemplo.

Tudo isso sem falar que não existe energia elétrica. Se a produção fosse beneficiada ali mesmo todo mundo sairia ganhando, do produtor que teria melhores preços aos habitantes da região que teriam ofertas de emprego ,aos governos que teriam maiores arrecadações.

Somente o Oeste da Bahia que se desenvolve por conta do setor privado levando a reboque os governos, agrega uma renda ao Estado de mais de 8 bilhões de reais. As áreas irrigadas, cerca de 100 mil hectares, conseguem produzir três safras por ano: soja, milho e feijão.

Os produtores reconhecem que é necessário dar visibilidade do potencial do agronegócio na região e destacam uma série de medidas que os empreendedores agrícolas anseiam por prioridade ao governo da Bahia.

Reivindicam pressa na concessão de licenças ambientais, segurança jurídica através do julgamento dos processos que dormem nas gavetas da justiça, mais atenção e cuidados com as invasões de terras por grileiros e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra) efetivar o grupamento aéreo, a implantação da força tarefa com policiamento ostensivo, ações de policiamento de fronteiras, repressão aos assaltos, roubos em fazendas e a toda uma gama de ações de crimes contra a pessoa e o patrimônio para resguardar a segurança das propriedades rurais.

Hildebeto Aleluia é jornalista e está conhecendo e estudando o Oeste da Bahia

10 de abril de 2015

GEORGE SOROS NO OESTE DA BAHIA

No próximo dia 20 de abril de 2015 o investidor George Soros amanhece no Rio de Janeiro. Oficialmente vem celebrar uma associação com a ONG VIVA RIO e sua Fundação para pesquisas e assistência social, trabalho que os dois já desenvolvem no Haiti e pretendem fazer algo por aqui. Provavelmente vem pela mão do Armínio Fraga, o baixinho do Gávea Investimentos, nosso conterrâneo carioca e sócio do Soros que já foi presidente do Banco Central do Brasil e uma hora será Ministro da Fazenda.

Soros chama a atenção por onde passa não por ser judeu-húngaro radicado nos Estados Unidos, mas sim por figurar na lista das 10 maiores fortunas do mundo, da qual Fraga já foi gestor. E certamente por influencia do Fraga, Soros vem ao Brasil mesmo é para conhecer seu novo pedaço de terra comprado do banco português Espírito Santo, falido e obrigado a se desfazer de todos os seus ativos. Entre estes, vejam só, suas terras localizadas no Oeste da Bahia e Tocantins.

Soros adquiriu a agronegócios de nome AGRIBAHIA que é proprietária de duas fazendas no Oeste da Bahia. Uma no município de Lagoa do Oeste e chama-se Lagoa do Morro. Foi adquirida pelo Banco Espírito Santo em 1976, com uma área de 4.404 hectares e a segunda chama-se Fazenda Lagoa do Oeste adquirida em 1998 com 2.932,13 hectares.

As duas unidades estão localizadas em regiões distintas do ponto de vista agro ecológicos, mas ambas possuem um atrativo comum e deve ser o que fez o mega investidor se interessar pelo negócio: ali são produzidos os melhores grãos de café do mundo e as terras estão vocacionadas para produzirem uma ampla variedade de tipos de café de alta qualidade permitindo a AGRIBAHIA atender os mais exigentes mercados de compra de café em todo o globo e sendo que seu preço extrapola em mais de uma dezena de vezes o quilo do café comum.

A outra fazenda que o Banco Espirito Santo ainda possui no Brasil e tenta se desfazer fica localizada no município de Formoso do Araguaia, no Estado do Tocantins, e chama-se Pantanal de Cima, distante 160 km da cidade de Gurupi na fronteira com o Estado do Maranhão , a 400 km de Palmas, capital do Tocantins e a 850 km de Brasília e faz divisa com a Ilha do Bananal e o rio Javaés ou “braço menor do Araguaia”. Quem tiver bala na agulha se habilite e sabendo que o custo de manutenção e proteção é alto: toda a área é infestada de invasores e justiça por lá não existe.

29 de março de 2015

UMA GENTE ESPECIAL- OESTE DA BAHIA

A Natureza, ou Deus, dotou o homem de muitos sentimentos e convicções. Entre tantos, no Oeste da Bahia, ficou claro para mim que a fé, a esperança e a determinação são os mais fortes deles. Quando você adiciona a esses predicados esforço pessoal, trabalho duro, investimentos e tecnologia, acontece sempre um tipo de revolução, como, no caso, efetivamente está ocorrendo.

Aquela gente que lá explora a terra e empreende uma das últimas epopeias, gloriosas, da fronteira agrícola brasileira e do mundo é dotada e impulsionada por esses sentimentos, ou convicções. Cada crença tem seu Deus e a determinação pode tornar iguais todos os fiéis. Uns mais que outros. Lá no Oeste da Bahia tem uma gente especial. Determinada e que acredita no que faz.

Sob um intenso calor de 50 graus, uma atmosfera carregada de poeira vermelha e um cotidiano que mais parece o do velho oeste americano dos anos 20 do século passado, fora as intempéries, aquele pedaço de terras baianas já tem história. E que história...

A cidade mais importante e tradicional dos 27 municípios que compõem o chamado alto São Francisco, onde estão localizados os afluentes da margem esquerda do rio São Francisco é Barreiras. Lá está localizado um bom aeroporto, inicialmente construído pelos americanos aonde sua aviação fazia base para chegar a Natal, capital do Rio Grande do Norte na época da Segunda Guerra mundial.

Aquele “império” pertencia à Bahia ainda na época das capitanias hereditárias. Depois foi anexado a Goiás que o enjeitou um século depois. Em seguida foi anexado ao Estado do Maranhão e algumas décadas depois voltou a pertencer ao Estado de Goiás, e nos anos 20 do século passado voltou finalmente a pertencer ao Estado da Bahia, onde até hoje está. Toda a região não alcança 500 mil habitantes e está distante de Salvador mais de mil quilômetros por estradas. A referencia de capital para aqueles habitantes é Brasília de onde estão há 800 quilômetros de distância.

Durante décadas Barreiras foi conhecida, pelo aeroporto e por ser a terra de um baiano baixinho e magro que se tornou governador da Bahia e um grande jurista. Sabido, inteligente e esperto Antônio Balbino acabou virando carioca depois de governar a Bahia. Instalou-se no Rio de Janeiro como advogado e preferiu ganhar dinheiro na Rua da Assembleia, no Centro. Morou em Copacabana na Rua Viveiros de Castro, onde faleceu. Um dos seus grandes feitos foi apadrinhar um então jovem médico, chamado Antônio Carlos Magalhães, o ACM, conhecido de todos.

Barreiras com cerca de 200 mil habitantes respira desenvolvimento econômico em suas ruas. Seu transito é caótico, como de qualquer outra grande cidade. Todas as concessionárias de automóveis do país lá estão instaladas. Os preços de quartos dos seus hotéis rivalizam com os hotéis de Brasília e São Paulo. Seu melhor hotel não tem janelas nos quartos. A cidade é carente de tudo, De urbanização, onde o esgoto escorre a céu aberto a todo o tipo de infraestrutura.

A segunda cidade mais importante da região é Luís Eduardo Magalhães, antes conhecida como Mimoso do Oeste. Lá está localizada a maior revendedora de tratores do mundo. Menos populosa e mais jovem que Barreiras foi uma cidade planejada. Às oito da noite suas ruas já estão desertas. Parece uma cidade onde sua gente vive durante o dia para trabalhar e, ao anoitecer, vai para casa cedo em busca do descanso necessário à recuperação das energias. Sua atmosfera também é de riqueza. E do ponto de vista urbano é a melhor delas.

Como na vida nada é perfeito é lamentável um fato comum a todas as 27 cidades daquele oeste e mais as vizinhas localizadas no Tocantins, no Maranhão, no Piauí e Goiás: todos despejam seus esgotos nos rios. Andando de avião pequeno, sobrevoando o curso dos rios vê-se a olho nu o crime ambiental que essas cidades cometem.

Por lá a internet é também ruim e o celular é péssimo; falta energia e as estradas vicinais são de barro. Nada disso intimida os empreendedores. O falta mesmo e faz muita falta é presença dos governos em todas as esferas.

Os agricultores, porém, não desistem. Nem mesmo diante do fato de que seus caminhões que transportam as safras para os portos de Santos e Paranaguá (cerca de cinco mil quilômetros de distância) terem lugar certo para serem assaltados no interior de São Paulo. Quadrilhas especializadas no roubo a cargas de algodão agem em plena luz do sol.

Hildeberto aleluia é jornalista e está estudando e conhecendo o Oeste da Bahia

27 de março de 2015

YOU TUB e FACEBOOK

O site de vídeos You Tub, do Google é uma das poucas atividades fins do gigante Google Inc. Isso significa que ele nunca vai à ponta, está sempre em atividades meios onde a criação por si só o mantém na ponta. Veja sua atividade principal, o serviço de busca: ali ele nada produz mas é o setor mais rentável do grupo. Mas tem, também, o You Tub pelo qual pagou 1,65 bilhões de dólares nos idos de 2006 na esperança que esse canal de vídeo logo se transformaria no maior negócio do grupo. Ainda não chegou lá em 2015. Este é atividade fim.

Em 2014 o YouTub registrou receita de 4 bilhões de dólares, um bilhão a mais que no ano de 2013 segundo informações publicadas pelo The Wall Street Journal em fevereiro de 2015 em matéria assinada pelo repórter Rolfe Winkler. Isso representou apenas seis por cento das vendas totais do Google e nenhum lucro nesse braço.Algo chama a atenção nesses números: como um negócio que fatura 4 bilhões de dólares por ano (equivale ao faturamento das Tvs no Brasil) e não produz um tostão de lucro? Dizem eles que estão no ponto de equilíbrio.

O YouTub é a principal atividade fim do Google e ainda é um canal, preferencialmente, de pré-adolescentes e adolescentes. O resto, quem acessa, o faz por outros sites através de links e reprodutores de vídeos embutidos em outros websites. Ele não é ainda um site preferencial para ser visitado ou buscado todos os dias. Todos os esforços do grupo estão concentrados em como encontrar esse caminho, como a TV. Inovações não lhe faltam.

Na mesma matéria do repórter Rolfe Winkler, reproduzida no Brasil pelo jornal Valor Económico de 26/02/2015 à página B9 do Caderno de Empresas o diretor de negócios e operações de conteúdo do YouTub diz que os vídeos on-line estão prestes a ganhar impulso semelhante ao vivido pela TV cabo há 30 anos. Por essa época foi quando as pessoas começaram a abandonar a TV aberta. Diz ele que é mais sensato o YuoTub investir em “criadores nativos da internet em vez de em programas tradicionais de TV”. Olha eles aí indo para atividade fim.

Diz ainda que o faturamento cresceu em função da tecnologia de pular os anúncios indesejáveis e que é algo que agrada muito. Mas o anunciante só pagam quando o anuncio é visto, inteiro, pelo usuário. Vídeos de música são os mais populares e mais compartilhados e a estrela do canal é Felix Kjellberg com uma serie chamada “PewDiePie” com 35 milhões de assinantes para assistirem suas criações. Esse eu nunca ouvi falar.

A concorrência não dorme: o Facebook em 2014 amealhou 12 bilhões de dólares em faturamento e 3 bilhões de dólares em lucro com seus 1,3 bilhões de usuários, com publicidade. Não dá para comparar os negócios em si, o You Tub é apenas um dos muitos braços do Google, mas nesse mundo o que importa é o lucro. Em compensação o grupo Google já amealha, no mundo, mas publicidade que a TV.

20 de março de 2015

O FUTURO DA INTERNET- O MUNDO DA DÚVIDA





Home » Blogs » Anna Ramalho » Hildeberto Aleluia e o futuro da internet
Hildeberto Aleluia e o futuro da internet



Hildeberto Aleluia e o futuro da internet

20 de March de 2015 12:58 por: Category: Anna RamalhoVariedades A+ / A-
O jornalista Hildeberto Aleluia, colaborador querido deste Portal, fala sobre o destino das mídias no livro “O futuro da internet: o mundo da dúvida”, que leva selo da Topbooks e se divide em sete partes, cada uma subdividida em vários capítulos. A publicação chega agora às livrarias justo quando mídias convencionais e novas mídias travam suas mais acirradas batalhas. Valendo-se de sua experiência como profissional da Comunicação, de uma abundante coleta de dados, e da leitura de autores contemporâneos, o livro de Hildeberto possui uma linguagem acessível ao grande público, mas não descuida das informações apresentadas. Disponível aqui e no site da Travessa.

14 de março de 2015

MILHO NO OESTE BAIANO

Cultivar milho no Oeste da Bahia tem sido um marco de profissionalismo e desenvolvimento no mercado da produção agrícola brasileira. A força do negócio, a alta tecnologia empregada e o solo trabalhado e fértil permitiram ao produtor do cerrado baiano atingir, este ano, seu mais elevado nível na produção de milho, com 2,35 milhões de toneladas – um aumento que ultrapassa a marca dos 100%, se comparado com a etapa 2003/04.

Essa ofensiva dos fazendeiros baianos – de recordes seguidos na produção – tem como pano de fundo as mudanças pelas quais tem passado o mercado do agronegócio, no Brasil, nos últimos anos, sobretudo no Paraná e no Mato Grosso, onde grandes investimentos em pesquisa e alta tecnologia ajudaram também a melhorar, significativamente, seus índices de produtividade.

Tal realidade motivou o produtor do Oeste baiano a procurar obter o máximo de suas terras, investindo principalmente em pesquisas de alto padrão, que contribuíram para o desenvolvimento de tecnologias ricas em análise e preparação do solo. E o setor de pesquisa, no cerrado baiano, faz algo raro ao propor também medidas de sustentabilidade que conciliam interesses econômicos com os esforços dos ambientalistas.

Quem visita o cerrado baiano, pode vislumbrar, ao longo de centenas e centenas de quilômetros quadrados, máquinas aplicando, através de métodos altamente modernos, a quantidade correta de fertilizantes e elementos necessários para cada faixa de terreno, onde são cultivados soja, algodão, milho, arroz e feijão. Trata-se de uma verdadeira revolução no atual cenário do mercado agrícola brasileiro.

A produtividade do milho no Cerrado baiano registra, hoje, uma média de 145 sacas por hectare, bem superior à do país inteiro, que atinge atualmente 81 sacas por hectare. Mas essa produtividade do Oeste baiano já atingiu recordes maiores, no ciclo 2010/11, com a elevada média de colheita de 163 sacas por hectare, quando a do Brasil era de 73 sacas por hectare.

Esses saltos fizeram da região a maior produtora de milho do Estado (95% da produção). O milho produzido no Oeste da Bahia é vendido, em sua maior parte, para os Estados do Nordeste brasileiro. Mas, nos últimos dois anos, com o aumento da produção e as novas tecnologias empregadas, 10% de sua produção foi exportada para países do Norte da África, como Marrocos, Tunísia e Argélia. Em 2014, outra parcela do milho baiano foi desembarcada na Holanda, República Dominicana e Cuba.

Com o desenvolvimento de pesquisas mais avançadas, o emprego de novas tecnologias de ponta e o esforço e o trabalho de produtores e trabalhadores, a previsão é a de que a próxima safra atinja novos recordes de produção, ultrapassando a marca de 2,5 milhões de toneladas.

aleluia hildeberto está conhecendo e estudando o oeste da Bahia.