16 de agosto de 2017

RIO DE JANEIRO SEM DINHEIRO

O Estado do Rio de Janeiro vai mal.Todos sabemos.O que muita gente não sabe é a dimensão da falta de administração e autoridade nos seus diversos setores. Dilacerado pela violência urbana, potencializada por uma administração governamental acéfala, incompetente e omissa, o que mais aparece é a questão da segurança publica. São as balas perdidas dos embates entre as gangues de bandidos nos morros ou com a polícia que mesmo com salários atrasados ou pagos parcelados, arduamente tenta cumprir seu dever.

Nas ruas cariocas e fluminenses, pessoas são também atingidas pelas balas certeiras dos assaltos nos sinais de transito e nas esquinas das cidades. A questão da segurança é a que sobressai. E com razão. São vidas humanas que desaparecem sem nenhuma reação. Mas o governo do Estado é acéfalo também em todas as outras áreas sob sua responsabilidade. E não é só a falta de recursos financeiros. Trata-se de uma terrível mistura de leniência, corrupção, ineficiência, negligência e desrespeito ao cidadão.

Vejamos: por mais de trinta dias tentei contato telefônico com a CEG ( Companhia Estadual de Gaz) que oficialmente se chama Gaz Natural Fenosa, onde o telefone de contato, o único ( 40323938) está sempre ocupado.Vazava gaz na minha casa. Depois de trinta dias, mais ou menos, consegui que me atendessem. Fiz a reclamação e me prometeram enviar um representante para fazer orçamento. Em agosto de 2016 havia passado pelo problema quando tive de fazer gastos de mais de mil reais para o conserto. Em menos de um ano o vazamento voltou a ocorrer.

E me pus a esperar pela tal visita de um técnico credenciado pela empresa. Foi mais de um mês à espera. Liguei outra vez. Foram no endereço errado. Mais uma vez outra data foi marcada. Ninguém apareceu. Mais uma daquelas ligações cansativas e três meses depois, após a quarta chamada a partir do primeiro contato, marcaram a visita. Nos tres dias que antecederam fui bombardeado por ligações da CEG com assuntos os mais diversos possíveis. Tentei argumentar que o serviço fora feito no passado por uma determinada empresa e que gostaria que o novo serviço fosse feito pela mesma empresa.Fui informado que havia mais de quinze empresas prestando serviços para a Companhia e não poderiam atender à solicitação.

Em cada ligação, no começo e no final da chamada o consumidor é obrigado a ouvir uma xaropada de minutos de loas à empresa e seus serviços. E se repetem. Isso sem contar a espera pelo atendimento. Nunca foi menos de dez minutos. E por quatro meses fiquei sem o gaz. Em cada ligação um protocolo de números intermináveis. Foram quatro. O resumo da ópera é que fiquei sem gaz por quatro meses. Em menos de um ano. Em cada dia determinado pela CEG uma pessoa deve ficar em casa todo o dia à espera que eles apareçam. Ainda bem que o operário não tem gaz encanado em casa. È de bujão. Perderia em emprego. Essa companhia faz do da cidade do Rio de Janeiro a campeã em acidentes com o produto.

Assim com essa técnica medieval e sem pressa funciona a tal Fenosa. Mas o governo do Estado do Rio de Janeiro tem uma Agencia Estadual de Energia. Dizem que é só para inglês ver e para deputados estaduais indicarem apaniguados Na prática ela serviria para regular as relações e os procedimentos também da companhia do gaz. Seria o orgão fiscalizador. Para descobrir seu telefone recorri à Internet. Lá constam informações defasadas de endereço e telefone. Sem fiscalização e com tais práticas a companhia do gaz vai navegando ao seu bel prazer. Cobra quanto quer e seus serviços não merecem uma garantia de um ano se quer. Vou reclamar ao Bispo, como se dizia antigamente.

Por certo não basta o exemplo pessoal para atestar a atual situação catastrófica por que passa o Estado do Rio. Existem outros indicadores. Segundo o Clube dos Diretores Lojistas, o CDL, 914 lojas foram fechadas em junho na Cidade do Rio de Janeiro. Em todo o Estado do Rio cerraram as portas 2.062 lojas. Isso mesmo: duas mil e sessenta e duas lojas fecharam as portas somente no mês de julho. Na segunda cidade mais importante do Estado, Niteroi, segundo o Sindicato dos Lojistas do Comércio,o SINDILOJAS, mais de cem lojas de rua foram fechadas no mês de julho de 2017. Nessas estão inclusos 12 restaurantes. De acordo com seus diretores não é só a crise econômica a causadora dessa desgraça. É também a violência urbana.

Ainda na cidade do Rio de Janeiro, um ano após a realização das olimpíadas quando a cidade recebeu centenas de milhares de turistas de todos os cantos do mundo o Rio de Janeiro hoje é uma lástima diante da queda nas atividades no setor turístico. Quatro hotéis, internacionais, da Barra da Tijuca, zona oeste da cidade, têm bloqueados andares inteiros. Fechando quartos e reduzindo o número de empregados. O turista sumiu. Segundo dados da Associação Brasileira dos Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ) o mês de julho ocupou apenas 40 por cento da capacidade hoteleira da cidade. Não é o que acontece com os hospitais, Todos lotados com familiares levando doentes para casa.

Na educação outra tragédia: professores sem salários, escolas publicas como a Universidade Estadual, fechadas. Em alguns bairros é longa a degradante fila de funcionários aposentados em busca de uma mísera cesta básica doada pela população. Os governantes gritam pelas forças armadas. Gritam por dinheiro, mais dinheiro do governo federal. E serão atendidos, pasmem. Chegam as forças armadas e vai chegar o dinheiro mais cedo ou mais tarde. Os administradores são os mesmos. A dedução lógica: tudo vai continuar como sempre. Até quando?

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